Cantora desafiou os Dodgers e cantou hino em espanhol

A cantora latina Nezza disse que está "super orgulhosa" de cantar o hino nacional em espanhol no Dodger Stadium na noite de sábado e que "não se arrepende".
Sua surpreendente interpretação de 90 segundos de "The Star-Spangled Banner" antes do jogo do Los Angeles Dodgers contra o Giants — e um vídeo dos bastidores que ela compartilhou nas redes sociais com representantes do time desaconselhando a prática — viralizou rapidamente. Tornou-se um ponto de discórdia para os torcedores do Dodgers, frustrados com a falta de apoio do time às comunidades de imigrantes impactadas pelas operações de deportação nos EUA, incluindo em diversos bairros de Los Angeles e arredores.
"Este é o meu momento de mostrar a todos que estou com eles, que temos voz e que, com tudo o que está acontecendo, não está tudo bem", disse Nezza, de 30 anos, à Associated Press. "Estou superorgulhosa de ter feito isso. Sem arrependimentos."
Nezza disse que ainda não havia decidido se cantaria em inglês ou espanhol até entrar em campo e ver as arquibancadas lotadas de famílias latinas vestidas com o uniforme azul dos Dodgers. Antes disso, como mostrado no vídeo da cantora no TikTok, um funcionário dos Dodgers disse a Nezza: "Vamos cantar a música em inglês hoje, então não tenho certeza se isso não foi transferido ou retransmitido."
A versão em espanhol cantada por Nezza, "El Pendón Estrellado", é a tradução oficial do hino nacional e foi encomendada em 1945 pelo presidente Franklin D. Roosevelt à compositora peruana-americana Clotilde Arias.
Nezza disse que seu empresário recebeu imediatamente uma ligação de um funcionário não identificado dos Dodgers dizendo que seus clientes não eram bem-vindos no estádio novamente, mas o time negou isso em uma declaração à AP.
"Não houve consequências ou ressentimentos por parte dos Dodgers em relação ao seu desempenho", disseram os Dodgers no comunicado. "Ela não foi convidada a sair. Ficaríamos felizes em tê-la de volta."
Apesar da declaração dos Dodgers, Nezza disse que não acha que retornará ao estádio, mas disse que espera que sua performance inspire outras pessoas a usarem suas vozes e se manifestarem.
"Isso me mostrou o quanto de poder existe na comunidade latina", disse Nezza. "Precisamos ser a voz agora."
Os Dodgers não se manifestaram sobre as prisões e batidas feitas pelos agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA nas áreas próximas ao Dodger Stadium, mas o jogador Enrique Hernández postou sobre isso no Instagram no fim de semana.
"Estou triste e furioso com o que está acontecendo em nosso país e em nossa cidade", postou Hernández em inglês e espanhol. "Não suporto ver nossa comunidade sendo violada, discriminada, abusada e dilacerada. TODAS as pessoas merecem ser tratadas com respeito, dignidade e direitos humanos."
A Associated Press contribuiu para esta reportagem.
espn