Mundial de Clubes: Um futebol louco que não dá mais para desligar


“Quero mais, nunca me chega”, canta Jovanotti para expressar um desejo que nunca se sacia, uma sede de vida sem limites que se manifesta sobretudo no verão para eletrificar as multidões nos concertos,
Na devida proporção, vem à mente o que acontece no futebol atual: uma espécie de rave sem fim onde a palavra “fim” é rigorosamente proibida, riscada, temida como uma peste.
Não há escapatória: é preciso sempre continuar, como o pobre hamster na roda. Quem para está perdido. Depois das copas, do campeonato e de uma temporada tão lotada quanto o closet do Ministro Santanchè, chega o Mundial de Clubes, disputado nos Estados Unidos sob um calor escaldante ou tempestades repentinas que forçam a interrupção dos jogos até que as pancadas de chuva parem.
Há algo de cômico nessas mudanças climáticas, porque não se sabe quanto tempo pode durar a fúria de Júpiter Pluvius, sempre torcendo para que o belicoso Zeus, para completar o trabalho, não lance também raios e raios no campo para punir os organizadores deste novo parque Disneyland do futebol.
De qualquer forma, deixando de lado os descontroles de Zeus, a Copa do Mundo continua. Mas, apesar do grande entusiasmo da Mediaset (que transmite as partidas em sinal aberto) e dos jornais esportivos que relatam esses desafios improváveis com a ênfase de uma final de Liga dos Campeões, o interesse dos torcedores por essa Copa do Mundo de dólares criada do nada é semelhante ao do Festival de Poesia da Nova Zelândia: praticamente zero, em suma, sem qualquer alusão à temporada infeliz da Inter, quase como uma retaliação à sua escravidão em pleno verão enquanto os outros times se divertem nas férias.
Além da Inter, que no sábado, in extremis, conseguiu superar (2 a 1, gols de Lautaro e Carboni) o nada irresistível time japonês Urawa Red, há também a Juventus, que, após uma temporada conturbada, teve que sofrer um castigo ainda mais severo: ser recebida na Casa Branca pelo presidente Trump. Que, sem entender nada de futebol, começou a desabafar, diante de John Elkann e dos jogadores atônitos, sobre armas nucleares, mudanças de regime, guerras e outras comodidades que nos fariam rir se o mundo não estivesse na situação dramática que infelizmente conhecemos.
Por fim, voltando ao futebol, aquele brincalhão do Donald perguntou aos bianconeri o que eles achavam do futebol feminino. "Mas vocês deixariam mulheres jogarem no seu time?", perguntou Trump com o mesmo espanto e alegria que teria demonstrado ao falar dos ursos do Parque Yellowstone.
Quem sabe o que o grande Michel Platini pensou ao completar 70 anos no sábado, 21 de junho. Le Roi, apesar de nunca ter estado na Casa Branca, estava acostumado a competir com Gianni Agnelli, que, seja qual for o julgamento, era um mestre do estilo, tanto que Platini lhe deu uma de suas três Bolas de Ouro. "Por quê? Porque era uma das poucas coisas que Agnelli não podia ter", disse Michel em uma entrevista simpática ao "La Stampa".
Com um pôquer, Juventus avança às oitavas de final
Neste domingo, em um meio-dia menos quente do que o esperado, a Juventus jogou na Filadélfia contra os marroquinos do Wydad Casablanca, superando-os facilmente (4 a 1) graças a um super Yildiz que comemorou sua 50ª partida na temporada com dois gols e um gol contra no início da partida. O clima mais frio (choveu novamente) também revitalizou Vlahovic, que marcou o quarto gol de pênalti.
Com duas vitórias e nove gols no total, os Bianconeri se classificam para as oitavas de final. Antes de nos empolgarmos demais, com manchetes exageradas, devemos lembrar da absoluta modéstia dos adversários. A boa notícia, no entanto, vem do fato de que a Juve, ao avançar para a próxima fase, garantiu um pequeno tesouro (9 milhões) que sempre é útil hoje em dia.
Voltando à Inter e aos seus esforços nos Estados Unidos, as análises dos comentaristas que buscam entender o quanto o novo técnico, Cristian Chivu, está influenciando o renascimento dos nerazzurri, ainda atordoados pelo choque do Monaco e pelo divórcio abrupto com Inzaghi, são risíveis. Mais do que módulos e novos esquemas táticos, e psicanalistas improváveis, este grupo cansado e sofrido precisaria de boas férias com uma passagem propícia de Lourdes, tendo em vista a próxima temporada.
De qualquer forma, dor compartilhada é meia alegria. Na Itália, o futebol virou jogo de velho. Agora, todos nós o jogamos, como se fôssemos um luxuoso buen retiro para as antigas glórias do desarmamento. À Fiorentina, para dar um polimento ao ataque, já que Kean já está de malas prontas, chegou Edin Dzeko, de 39 anos. O bósnio certamente não carece de experiência. Mas a obra-prima foi feita pelo Milan, que, para iniciar sua revolução, começou com Luka Modric, que em 9 de setembro também completará 39 anos. O que posso dizer? "Allegri, você tem que ficar..."
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