Romane Dicko, derrotado novamente nas semifinais, não conquista título mundial

Nos Jogos de Paris, o sonho olímpico de Romane Dicko foi destruído pela judoca brasileira Beatriz Souza . Em Budapeste, na quinta-feira, 19 de junho, foi a impressionante sul-coreana Hayun Kim quem bloqueou o caminho da francesa de 25 anos até a final.
Com dificuldades na semifinal, Romane Dicko foi forçada a cometer um erro devido ao judô ofensivo de sua adversária, que conquistou o título mundial ao derrotar a japonesa Mao Arai na final. Sem solução e impotente, a francesa logicamente perdeu nos pênaltis durante o golden score (prorrogação).
Dez meses após sua decepção olímpica, e apesar de ainda ser a grande favorita na categoria +78 kg, Romane não conseguiu converter esse status em ouro mundial. Observada por Teddy Riner, presente na plateia, ela se consola, como em Paris, com a medalha de bronze, conquistada em uma vitória suada sobre a estoniana Emma-Melis Aktas.
Impressionante em suas primeiras lutas, Romane Dicko se viu em dúvida diante de uma adversária em grande forma. Após sua primeira medalha de bronze olímpica em 2021, a francesa sagrou-se campeã mundial pela primeira vez — e de forma magnífica — um ano depois. Este ano, a judoca não conseguiu se vingar.
A coroação olímpica desaparecida, um “trauma”Ao encontrá-la no final de maio, na sede da Federação Francesa de Judô, Romane Dicko, é claro, previu outro cenário. "Só venci o Campeonato Mundial uma vez. Quero deixar minha marca novamente ", disse ela ao Le Monde . "Mais uma vez, depois de Jogos decepcionantes para mim, estou ansiosa para lutar por este título."
Na Arena Champs-de-Mars, durante as Olimpíadas, sua derrota pouco antes da final a devastou. Em quatro lutas até então, Souza nunca a havia vencido... Dicko, o terror dos tatames, vinha de uma sequência impressionante de oito vitórias em competições desde agosto de 2023. Mas bastou uma derrota, à qual se somava a desta quinta-feira, para que tudo desmoronasse.
O que aconteceu em 2 de agosto de 2024? "Não tenho respostas. Talvez nunca as tenha ", confessou Dicko, referindo-se aos Jogos. "Física e mentalmente, eu estava pronta, mas não deu certo." Talvez ela consiga encontrar respostas depois desse último contratempo.
Porque a dor de uma vitória olímpica – em casa – que se foi havia sido real, um "trauma", segundo ela. Antes de embarcar em uma terceira Olimpíada, ela precisou de alguns meses para se recuperar e absorver o golpe. Seu início de temporada foi promissor, com duas vitórias em suas duas competições de retorno.
Uma estreia no Grand Slam de Tbilisi (Geórgia), seguida pelo quinto título europeu (em cinco participações ) no final de abril, em Montenegro. "Era importante voltar em 2025 com medalhas e títulos", reagiu ela, duas semanas antes do Campeonato Mundial.
Nos Bálcãs, além de exibir suas habilidades de costura consertando com urgência o quimono de seu companheiro de equipe Joan-Benjamin Gaba, ela se juntou, com apenas 25 anos, ao grupo de pentacampeãs francesas de judô continental. Mas para Romane Dicko, os recordes vêm depois das vitórias: "Não luto por isso. Só penso em vencer, vencer tudo." Uma vitória que lhe escapou pela segunda vez consecutiva na Hungria.
Essa série de decepções não deve distraí-la do sonho de uma medalha de ouro olímpica. Sem que isso se transforme em uma obsessão, termo que ela rejeita. "Eu não diria que é uma obsessão, que tende para o negativo. É mais um objetivo. Quero fazer de tudo para conquistá-lo. É extremamente positivo", explicou ela antes do Campeonato Mundial.
Apesar da derrota, Romane Dicko está no auge da vida e atingirá sua plena maturidade esportiva em Los Angeles em 2028. Ela está convencida: "Ainda tenho tempo. Ainda tenho a energia e a força mental para este ouro olímpico. Eu o terei, eu o terei!"
Antes da prova final, a competição por equipes mistas, marcada para sexta-feira, a equipe francesa tem apenas quatro medalhas individuais e apenas um campeão mundial, Joan-Benjamin Gaba, na categoria até 73 kg.
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