JJ Spaun resiste a tudo para vencer o US Open

JJ Spaun acaba de vencer o US Open após um último dia louco, rico e incerto. O americano de 34 anos, que sucede Bryson DeChambeau, assumiu a liderança após a primeira rodada. Ele é o único jogador em campo a ter completado o percurso ao longo dos quatro dias. Ele terminou em -1, graças a um putt de 68 pés, que é pouco mais de 22 metros. Um golpe final de gênio que fez os fãs encharcados vibrarem de alegria, encharcados pelas inúmeras chuvas que interromperam o domingo americano e forçaram os organizadores a suspender o jogo por mais de uma hora. Os jardineiros de Oakmont são mágicos. Eles não têm varinhas, mas rodos, e conseguiram fazer as poças e piscinas infantis desaparecerem.
Era preciso ser forte para não desistir, manter o foco, não pensar nas nuvens, nos raios, nas luvas molhadas, nas manoplas escorregadias, na possibilidade de ter que voltar na segunda-feira para terminar este major como nenhum outro. J.J. Spaun era o mais forte. O rapazinho de Los Angeles que exibe com orgulho sua herança mexicana e filipina resistiu a todos esses elementos, mas também à investida de um canhoto que ninguém esperava, que largou muito atrás, já que estava com +4 na noite do terceiro dia. Como Victor Perez. Como Scottie Scheffler.
Robert Macintyre terminou em segundo, duas tacadas atrás, após fazer 68 tacadas. Ele era o líder do vestiário e assistiu aos movimentos finais de JJ Spaun sem emoção. O escocês, como não é clichê, não pareceu se abalar com a chuva torrencial. Ele até se divertiu na chuva torrencial. Ele quase desafiou todas as previsões e desmentiu a estatística divulgada no sábado pelo serviço de mídia da USGA: os últimos dez vencedores do US Open estavam em primeiro ou segundo lugar na noite do "dia da mudança".
Havia três que poderiam continuar essa tradição: Sam Burns, o líder com um total de -4, Adam Scott logo atrás com uma tacada e JJ Spaun com duas distâncias.
Sam Burns acreditou nisso por muito tempo, mas o melhor amigo de Scottie Scheffler, que frequentemente dividia a mesma casa durante os torneios, perdeu tudo na partida de volta. No 11º tee, ele ainda liderava (-2), duas tacadas à frente de Adam Scott e quatro à frente de JJ Spaun. Naquele momento, pensávamos que o US Open havia acabado. Mas Sam Burns explodiu, irritado com a chuva e o estado do fairway, que estava molhado demais para o seu gosto, impedindo-o de controlar a trajetória da bola.
Ele então continuou com uma dupla no 11º, um bogey no 12º, outra dupla no 15º e um bogey no 16º. Ele encerrou sua jornada rumo ao fim do inferno com outro bogey no 18º... Com uma carta de 78, Sam Burns, que terminou o torneio com +4, assim como seu amigo Scheffler, não queria se perder sozinho, arrastando Adam Scott para as profundezas do jogo.
Na noite de sábado, já imaginávamos o australiano de 44 anos, jogador com 96 títulos consecutivos, vencendo 12 anos após seu título em Augusta. O elegante Adam Scott poderia ter escrito uma página magnífica na história do esporte, mas também foi levado pela loucura deste campo, incapaz de retomar o ritmo nos últimos nove buracos, supostamente mais fáceis.
Esses infortúnios quase levaram à felicidade, em certo momento, para Tyrell Hatton e Carlos Ortiz, os dissidentes da LIV, que se viram colíderes por alguns minutos, para mais um "dia de mudança...". Mas não durou. O inglês encerrou o torneio com dois bogeys, e o mexicano voltou à competição com uma dobradinha no 15º round.
Assim como no sábado, o número 1 do mundo, Scottie Scheffler, fez 70... Ele não venceu Oakmont, teve dificuldades com o swing, mas mesmo assim terminou em 7º lugar no US Open. O próximo grande evento de golfe é o The Open, em Portrush, Irlanda do Norte, organizado por Rory McIlroy. Já estamos ansiosos para descobrir quem sucederá Xander Schauffele.
L'Équipe