A Federação Internacional de Atletismo exige testes genéticos para mulheres competirem em competições

A medida entra em vigor em 1º de setembro, 13 dias antes do início do Campeonato Mundial de Atletismo (13 a 21 de setembro) em Tóquio, Japão. "Todos" os atletas que desejarem participar de competições que contam para o ranking mundial nas categorias femininas terão que se submeter a um teste genético, anunciou a federação internacional World Athletics em um comunicado à imprensa na quarta-feira, 30 de julho.
Este teste para o "gene SRY" revela a presença do cromossomo Y, "um indicador confiável para determinar o sexo biológico", explica a organização. Será realizado apenas uma vez, sob a supervisão das federações filiadas, utilizando um cotonete bucal ou uma amostra de sangue.
Para o presidente da World Athletics, Sebastian Coe, a nova regulamentação visa garantir "a proteção e a promoção da integridade do esporte feminino". O britânico elaborou ainda mais no texto da organização: "É essencial, em um esporte que busca constantemente atrair mais mulheres, que elas entrem nesta disciplina com a convicção de que não existe um teto de vidro biológico."
Uma medida semelhante à da federação de boxeA questão dos critérios de elegibilidade para participantes tem sido um tópico de debate no mundo do atletismo há vários anos, em meio a questionamentos sobre as potenciais vantagens biológicas de atletas transgêneros ou aqueles com diferenças no desenvolvimento sexual (DSD).
O órgão já proíbe atletas que atingiram a puberdade masculina de competir em eventos femininos e exige que aqueles cujos corpos produzem altos níveis de testosterona reduzam esses níveis para poderem competir. No início deste ano, no entanto, um grupo de trabalho concluiu que essas regras não eram suficientemente rigorosas e recomendou a introdução de testes para o gene SRY.
No final de maio, a Federação Mundial de Boxe, reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional, também decidiu implementar uma medida semelhante para seus competidores, tanto homens quanto mulheres.
Serviço de Esportes (com AFP e Reuters)
Contribuir
Reutilize este conteúdoLe Monde